Programa - Comunicação Coordenada - CC2.22 - Vigilância e avaliação de tecnologias em saúde
26 DE NOVEMBRO | TERÇA-FEIRA
17:00 - 18:20
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA DA DENGUE EM NITERÓI CONFORME COMPLETUDE E OPORTUNIDADE
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Oliveira, A.C.1, Bragança, M.M.1, Barroso, R.S.S.2, Cezario, J.E.P.2, Costa, M.C.2, D‘Andréa, T.2, Magalhães, D.V.2, Ribeiro, A.C.C.A.2
1 UFF
2 CIEVS Niterói
Avaliação da Completude e Oportunidade das notificações de casos de Dengue nas bases de dados do SINAN/Niterói. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo avaliativo. Foram analisados dados referentes à Dengue contidos nas bases do SINAN, conforme os atributos completude e oportunidade. Foram utilizadas as notificações de Dengue de residentes em Niterói realizadas nos anos de 2022, 2023 e de Janeiro a Março de 2024, coletadas a partir do banco de dados da Coordenação de Vigilância em Saúde de Niterói. A Completude foi avaliada conforme as variáveis: raça, escolaridade e ocupação, e a Oportunidade foi avaliada considerando notificação, investigação e encerramento, e classificada em “excelente”, “regular” ou “ruim”. Resultados: Observou-se uma elevada porcentagem de lacunas não preenchidas nas fichas de notificação, sobretudo relacionadas à ocupação. A oportunidade de notificação, nos anos de 2022, 2023 e 2024, foi classificada como regular. A oportunidade de investigação, nos três anos, foi classificada como excelente. A oportunidade de encerramento nos anos de 2022 e 2023, foram, respectivamente, ruim e regular, demonstrando uma melhora na oportunidade de encerramento dos casos. Não foi feita a classificação da oportunidade do ano de 2024, por ainda haver tempo hábil para o encerramento dos casos. Conclusão: Considerando que o adequado registro é essencial para o acompanhamento dos casos e a posterior implementação de estratégias de prevenção, torna-se necessário a conscientização dos profissionais acerca da importância do preenchimento correto das fichas compulsórias. Assim, a análise dos dados também é beneficiada, gerando uma melhora no Sistema de Vigilância.
ASSOCIAÇÃO DE METARHIZIUM ANISOPLIAE E ÓLEO DE CÔCO NO CONTROLE DE AEDES AEGYPTI
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Moreira,H. V. S.1, Azevedo, L. A.1, Santiago, I. O.1, Freitas, A. M.1, Dias, V. H. L. M.1, Silva, B. F. O.1, Gôlo, P. S.1, Angelo, I. C.1
1 UFRRJ
Visando assegurar um controle sustentável do mosquito da dengue busca-se estratégias para a aplicação de fungos entomopatogênicos. Contudo, as condições ambientais adversas continuam sendo um grande desafio para sua utilização em campo, tornando necessário o desenvolvimento de formulações, que podem ser obtidas através da associação com óleos. Esse estudo teve por objetivo testar a virulência da associação de Metarhizium anisopliae isolado CG 153 com o óleo de côco sobre larvas de Aedes aegypti em condições de semicampo. Foram utilizados os seguintes tratamentos: suspensão conidial na concentração 1x106 conídio mL-1, associação 1x106 + óleo de côco 0,1% e água destilada + Tween a 0,03% (grupo controle). Foram utilizadas 20 larvas (L2) por copo (N=60), mantidos em gaiolas teladas em ambiente com uma cobertura. A sobrevivência foi monitorada diariamente durante 7 dias, assim como as condições ambientais (temperatura e umidade relativa). Os bioensaios foram realizados em 3 repetições. Houve redução significativa da sobrevivência das larvas infectadas em comparação ao grupo controle (χ2=394,1; P<0,0001; GL=2). A sobrevivência acumulada foi de 99,44% no controle, 11,66% no grupo tratado com M. anisopliae CG 153 e 3,33% no grupo tratado com a associação M. anisopliae CG 153 + óleo de côco a 0,1%. O tempo médio de sobrevivência foi de 2 dias para os grupos infectados e indeterminado para o controle. A associação M. anisopliae e óleo de côco se mostrou bastante efetiva no controle de larvas de A. aegypti em semicampo, podendo ser considerada como uma futura tecnologia para o controle desse importante vetor.
RELAÇÃO ENTRE EQUIPES DE SAÚDE BUCAL DA ATENÇÃO BÁSICA E A REDE DE SAÚDE NO BRASIL
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Hartmann, C.F.1, Fassa, A.G.1
1 UFPEL
OBJETIVOS: Avaliar a relação das equipes de saúde bucal (ESB) da atenção básica brasileira, com outros pontos da rede de atenção à saúde, conforme região geopolítica, porte populacional, IDH e cobertura de saúde bucal dos municípios.
MÉTODOS: Estudo transversal de 22.993 ESB que participaram do terceiro ciclo da Avaliação Externa do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (2017). Foram investigadas a prevalência de aspectos do relacionamento entre as equipes e a rede de saúde e do apoio matricial para as ESB, e sua associação com características contextuais dos municípios.
RESULTADOS: 54% das equipes informaram que não havia atendimento odontológico de urgência disponível fora do horário de funcionamento da unidade de saúde e 30% não recebia contrarreferência do especialista ou tinha documentação comprovando o registro de usuários referidos para outros pontos de atenção. O apoio matricial recebido variou de 11 a 15 pontos percentuais entre as regiões. A região Norte, cidades com menor IDH e porte populacional apresentaram menor prevalência dos aspectos analisados. Houve pouca variação de prevalência entre as faixas de cobertura da ESB.
CONCLUSÕES: É necessário ampliar os serviços odontológicos de urgência e fortalecer o apoio matricial, bem como a referência e contrarreferência para ampliar a resolubilidade da atenção básica, a continuidade e a integralidade do cuidado, com prioridade para regiões remotas e municípios pequenos, de forma a promover equidade. A garantia de acesso a computador, internet e telefone; a interoperabilidade dos sistemas; e a regionalização pode facilitar o trabalho em rede.
MATRIZ AVALIATIVA DO VÍNCULO LONGITUDINAL NA APS: RESULTADO DO GRAU DE SENSIBILIDADE
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Cunha, E. M.1, Vargens, J.M.C.2, Andrade, G.R.B.3, Marques, M.C.1
1 EPSJV/Fiocruz
2 Fiocruz
3 UFGD
A matriz avaliativa do vínculo longitudinal (MAVIL), instrumento proposto para avaliar a Atenção Primária à Saúde (APS) no SUS, é composto de três dimensões: reconhecimento da equipe de APS como fonte regular de cuidados, 2) relação interpessoal profissionais de APS/paciente e 3) continuidade da informação. Dessas dimensões derivam 12 critérios e 21 indicadores, averiguados a partir de entrevista com amostra de pacientes e revisão dos respectivos prontuários. O grau de sensibilidade refere-se à capacidade de identificar diferenças em medidas de propriedades qualitativas. Objetivo: Analisar o grau de sensibilidade da MAVIL. Método: Aplicou-se a MAVIL em duas unidades básicas (UBS) do município de Dourados (MS). Após análise descritiva discutiu-se os resultados em ambas as UBS para os recortes: totalidade dos itens, dimensões e critérios, em seguida comparou-se os resultados com os de aplicação anterior, em duas UBS de um território do município do Rio de Janeiro. Resultados: Em Dourados houve diferença entre as UBS. Nas UBS do Rio de Janeiro os resultados foram similares. Para a dimensão 1 - das quatro UBS, três tiveram resultados equivalentes. Para a dimensão 2 as UBS do Rio de Janeiro apresentaram valores próximos, cerca de 52%, e distribuição similar; enquanto que as duas UBS de Dourados apresentaram diferenças significativas, uma abaixo de 50% e outra acima de 70%. Para a dimensão 3 o desempenho foi similar e baixo nas UBS de ambas as localidades. Considerações: A MAVIL foi capaz de captar diferenças do grau de vínculo entre UBS e localidades corroborando a robustez do método.
ACESSO A SERVIÇOS DE SAÚDE EM TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS: ANÁLISE DA PROXIMIDADE DAS UBS
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Araujo, S. Q.1, Campos, A. L. T. L.1, Santos, T. C.1, Menezes, G. F.1, Araujo, G. D.1, Carvalho, W. M.1, Silva, P. H. G.1, Barbosa, I. B. S. S.1, Lima, V. C. S.1, Fernandes, L. A.1
1 Ministério da Saúde
Objetivos: Este estudo investiga a proximidade das Unidades Básicas de Saúde (UBS) em relação aos territórios quilombolas oficialmente delimitados no Brasil, com o intuito de identificar desafios e oportunidades para melhorar o acesso aos serviços de saúde dessas comunidades.
Métodos: Realizou-se um estudo descritivo e ecológico utilizando dados geográficos das UBS (obtidos do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES) e dos territórios quilombolas (do Portal do INCRA). Utilizou-se o software QGIS para georreferenciamento e análise espacial, calculando a distância em linha reta entre os territórios quilombolas e a UBS mais próxima. Os dados foram consolidados e analisados no Excel®.
Resultados: Foram identificados 390 territórios quilombolas. Destes, 171 territórios estão a uma distância de 0,2 a 5,0 km da UBS mais próxima, e 124 territórios estão a 5,1 a 10,0 km. Entretanto, 6 territórios apresentam distâncias superiores a 50 km até a UBS mais próxima. As Unidades da Federação com maior número de territórios são Pará (80), Maranhão (61) e Bahia (39). Amazonas e Rondônia apresentam as maiores médias de distância (43,67 km e 34,40 km, respectivamente), enquanto a Paraíba possui a menor média (2,54 km).
Conclusões: A distribuição das UBS em relação aos territórios quilombolas é desigual, com algumas regiões enfrentando desafios significativos de acessibilidade. Estados do Norte e Centro-Oeste apresentam as maiores distâncias médias, indicando a necessidade de políticas públicas direcionadas para melhorar o acesso à saúde dessas comunidades. Este estudo destaca a importância de intervenções específicas para reduzir as desigualdades regionais e promover a equidade no acesso aos serviços de saúde para populações quilombolas.