Programa - Comunicação Coordenada - CC2.24 - Estratégias de Vigilância em Saúde: do território aos eventos de massa
26 DE NOVEMBRO | TERÇA-FEIRA
17:00 - 18:20
NÚCLEO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE EM UBS: A EPIDEMIOLOGIA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO DO CUIDADO
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Costa, S.A.1, Bellacosa, E. D.2, Ferreira, L. H. M.2, Galli, A.T.3, Lopes, E. C. S.4, Giacomini, S.G.4, Santos, V.C.4, Fuentes, I.C.P.5, Souza, S.L.5, Santos, M.G.6, Ergueles, R.D.6, Broitman, M.7, Mussi, G.M.7, Bove, J.V.8, Hinniger, A.C.A.8, Filho, W.A.9, Shimidzu, N.A.9, Martins, K.F.9
1 Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo
2 Coordenadoria de Vigilância em Saúde - COVISA
3 Assessoria de Palnejamento - SMS
4 Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste
5 Coordenadoria Regional de Saúde Sul
6 Coordenadoria Regional de Saúde Leste
7 Coordenadoria Regional de Saúde Centro
8 Coordenadoria Regional de Saúde Oeste
9 Coordenadoria Regional de Saúde Norte
Introdução: Diante da situação inusitada e complexa que o sistema de saúde vivenciou na Pandemia de covid-19, foi notória a necessidade de fortalecimento da rede de vigilância em saúde no município de São Paulo, viando a respostas rápidas em saúde pública. As ações de vigilância em saúde nas UBS, tradicionalmente, eram realizadas pelo profissional enfermeiro e voltadas para notificação compulsória das doenças/agravos, com ações mais reativas a demandas. Objetivo: Instituir os Núcleos de Vigilância em Saúde na Atenção Básica (NUVIS-AB) com foco no conceito ampliado de Vigilância em Saúde e constituição multiprofissional, visando à qualificação do cuidado em saúde da população adscrita da UBS, sob olhar da epidemiologia como ferramenta de gestão do cuidado. Métodos: A metodologia adotada foi participativa e problematizadora, com oficinas/reuniões regionalizadas para estratificação homogênea do conhecimento. Visou-se à construção do documento norteador e capacitações dos profissionais com alinhamento do conceito da epidemiologia como ferramenta de gestão do cuidado. Resultados: A meta prevista para 2025, no Plano Municipal de Saúde já foi atingida (100% das UBS) com 473 equipes e 4.160 profissionais. Em 2023 foram 473 Planos de Ação, sendo 125 com priorização da prevenção da sífilis congênita e 121 da tuberculose, dentre outros. Atualmente, 100% dos NUVIS-AB são multiprofissionais, incluindo o Agente Comunitário de Saúde (ACS) e adota-se a epidemiologia para territorialização, priorização/planejamento. Conclusões Trata-se de grande desafio, considerando a complexidade do município. Os primeiros impactos nos indicadores de saúde já estão emergindo como queda da incidência da sífilis congênita e aumento da detecção de Tuberculose.
DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO EM MEIO A EPIDEMIAS: MÍDIA COMO FERRAMENTA DE VIGILÂNCIA
Comunicação coordenada (apresentação oral)
OLIVEIRA, D.M.B1, TEIXEIRA, F.C.2, SILVA, R.M.1, CODEÇO, C.T.3, ALMEIDA, A.R.M.3
1 INSTITUTO OSWALDO CRUZ - FIOCRUZ
2 ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE
3 FIOCRUZ
Introdução
Informação de qualidade é essencial para a vigilância epidemiológica. O EIOS (Epidemic Intelligence from Open Sources), desenvolvido pela OMS, é uma plataforma que disponibiliza dados textuais oriundos da Internet (jornais, blogs, etc) para aprimoramento da vigilância baseada em eventos (VBE) e a inteligência em saúde pública. Este estudo analisou dados textuais sobre dengue e chikungunya no Brasil, visando identificar padrões de divulgação e percepção pública.
Objetivo
Realizar análise de notícias/rumores sobre dengue e chikungunya, coletados de fontes oficiais e não oficiais, para compreender a dinâmica da divulgação de informações e percepção pública dessas doenças.
Material e métodos
Dados textuais foram coletados do EIOS entre as semanas epidemiológicas 40/2020 e 40/2023. Foram aplicadas técnicas de Natural Language Processing, incluindo tokenização, remoção de stop words e lematização. Para análise exploratória, utilizou-se a técnica de mineração de texto, especialmente word clouds.
Resultados e discussões
Identificou-se que em fontes oficiais, palavras como "casos", "combate", "monitoramento" e "vigilância" predominaram, refletindo gestão e controle epidemiológico. Já em fontes não oficiais, "alerta", "aumento", "mortes" e "risco" foram proeminentes, sugerindo um tom de alarme. Observou-se uma convergência entre descrições de notícias de fontes não oficiais e fontes oficiais, enfatizando informações técnicas e medidas preventivas, contrastando com possíveis sensacionalizações dos títulos.
Conclusão
Fontes oficiais enfocam monitoramento e ações de saúde pública, enquanto não oficiais frequentemente usam palavras que geram alerta, podendo exagerar a percepção de risco. A análise pelo EIOS é valiosa para mapear a percepção das notícias, impactando a vigilância epidemiológica. Sugere-se futuras pesquisas explorando as implicações dessas percepções na resposta a surtos epidêmicos.
ATUAÇÃO DO CIEVS RIO NO CARNAVAL NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO EM 2024
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Duffrayer, K. M.1, Pimenta, I. T.1, Souto, A. P. M.1, Marsico, E. F. C.1, Amaral, F. L.1, Pinto, L. A.1, Geraldo, M. C. H. M.1, Ferreira, A. S. B.2, Aguiar, G. M. O.2, Ribeiro, C. L. P.1
1 Coordenação de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde, Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
2 Superintendência de Vigilância em Saúde, Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Objetivo: Relatar a experiência da Vigilância em Saúde da cidade do Rio de Janeiro no monitoramento de eventos de saúde pública durante o Carnaval em 2024. Métodos: Foi realizado o monitoramento de doenças e agravos de notificação compulsória e de surtos de doenças nos desfiles das escolas de samba, no Sambódromo. As atividades foram executadas presencialmente durante os cinco dias de evento pela equipe da Coordenação de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde (CIEVS Rio). A equipe realizou rondas nos postos de atendimento médico, durante todo o horário de funcionamento, para realizar a busca ativa de casos de doenças e agravos de notificação compulsória e surtos e dar início à investigação epidemiológica e as medidas de prevenção e controle pertinentes. Posteriormente, a equipe encaminhou as notificações para a equipe de vigilância em saúde da área de residência dos casos para continuação da investigação, orientação e monitoramento. Resultados: Foram avaliados 2.517 boletins de atendimentos, por meio dos quais foram identificados 83 casos de doenças de notificação compulsória, sendo elas: acidente de trabalho (43,4%), dengue (22,9%), síndrome gripal (19,3%), intoxicação exógena (12,0%) e acidente por animal peçonhento (2,4%). Conclusão: A experiência da equipe do CIEVS Rio durante o Carnaval em 2024 destaca a importância da atuação da Vigilância em Saúde no monitoramento de eventos de saúde pública. Ao evidenciar as principais doenças e agravos identificados, os resultados ressaltam a relevância da vigilância ativa para a gestão de eventos de saúde pública em locais com elevado número de pessoas.
INTEGRAÇÃO E INTERSETORIALIDADE: VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO CARNAVAL DE SALVADOR EM 2024
Comunicação coordenada (apresentação oral)
CARDOSO, R. S.1, PRATES, A. P. P. B.1, LEAL, J. T. F. M.1, BRITTO, C. C. R. F.1, VIANNA, P. J. S.2
1 SMS/SSA
2 ISC/UFBA
O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de integração entre a Sala de Situação da Secretaria de Saúde de Salvador (SDSS) e o Centro de Controle de Operações (CCO) da prefeitura, no monitoramento de ocorrências em saúde durante o carnaval de 2024. Este relato destaca as responsabilidades desses órgãos durante uma das maiores festas de rua do mundo, destacando as ações integradas e a observação de dados coletados de painéis de monitoramento em Business Intelligence (B.I.), vinculados ao Sistema Integrado de Festas Populares (SALUTE), desenvolvido pelo município. O CCO integrou operações de 16 órgãos municipais, incluindo a saúde - que monitorou indicadores como os atendimentos por circuitos da festa e as medidas sanitárias adotadas pela Vigilância Sanitária, além do acompanhamento das câmeras instaladas nos circuitos do evento, de forma a identificar ocorrências de importância e que exigiam integração para a tomada de decisões eficientes. Já a SDSS atuou enquanto ponto de articulação entre o CCO e a SMS, qualificando o monitoramento de forma mais detalhada e as respostas em saúde, através de dados exibidos em B.I., com a caracterização dos atendimentos e das ocorrências advindas dos postos de saúde da festa. Foram contabilizados 5.787 atendimentos de saúde, 486 medidas sanitárias e 14.598 inspeções. A colaboração foi crucial para responder a ocorrências como acidentes, agressões físicas, violência contra a mulher e surtos. O CCO e a SDSS atuaram como centros nervosos para a tomada de decisões em tempo real, qualificando a assistência aos foliões em uma perspectiva intra e intersetorial.
MINERAÇÃO DE TEXTO EM QUEIXAS DE PACIENTES APLICADA À DETECÇÃO PRECOCE
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Vieira, G. C.1, Cruz, O. G.1, Ferreira, C. D.1, Saraceni, V.1, Aguilar, G. M. O.1, Oliveira e Cruz, D. M.1, Morais, J. H. A.1
1 SMS Rio
Objetivos: Identificar eventos em saúde, pela utilização de métodos de mineração de texto e processamento de linguagem natural (PLN) aplicados às queixas de pacientes da rede de urgência e emergência (RUE), no município do Rio de Janeiro. Métodos: Campos abertos dos registros eletrônicos da RUE foram processados em etapas de limpeza - remoção de caracteres especiais e palavras não relevantes; tokenização; padronização de termos; e classificação dos atendimentos por sintomas de interesse. Com isso, foram construídos sinais de interesse epidemiológico na forma de séries temporais e de alertas para investigação de casos de doenças de notificação imediata, a partir de sintomas da definição de casos. Resultados: Os resultados foram dispostos em um painel Shiny que permite exploração de séries temporais, visualização de nuvem de palavras e detalhamento dos atendimentos a partir da combinação de sintomas pré-classificados, busca livre por termo ou por CIDs. Séries geradas a partir de sintomas relacionados aos casos de diarreia e arboviroses, por exemplo, foram incorporadas a modelos de séries temporais, reforçando sinais e sua capacidade preditiva. Além disso, com o alerta do painel, casos suspeitos de doenças de notificação imediata puderam ser identificados, ainda que não tenha inicialmente ocorrido suspeita diagnóstica. Conclusões: O estudo das queixas de pacientes revelou grande potencial de análise de tendências e de detecção precoce emergências em saúde pública. Além disso, traduziu-se em uma plataforma interna de exploração, visualização e alerta a partir das queixas de forma sistematizada, como ferramenta complementar à vigilância em saúde do Rio.