Programa - Comunicação Coordenada - CC2.26 - Farmaciepidemiologia: Análise Epidemiológica do Uso de Medicamentos e Vacinas
26 DE NOVEMBRO | TERÇA-FEIRA
17:00 - 18:20
CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E USO DE BIOLÓGICOS PARA DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Castro, C.T.1, Santos, C.A.S.T.2, Carvalho, F.L1, Santos, D. B3
1 UFBA
2 FIOCRUZ
3 UFRB
Objetivos:Analisar os efeitos da privação material, desigualdade de renda e desenvolvimento humano nas prescrições de biológicos para DII no Sistema Único de Saúde(SUS). Métodos: Estudo ecológico, inclusão de indivíduos com doença de Crohn e retocolite ulcerativa, cadastrados no Sistema de Informações Ambulatoriais(SAI), entre 2008 e 2022, com prescrição de adalimumabe, certolizumabe pegol, infliximabe ou vedolizumabe. Regressões binomiais negativas condicionais foram realizadas para examinar a relação entre os quintis do Índice Brasileiro de Privação(IBP), Índice de Gini(maior igualdade de renda: ≤0,550; menor igualdade de renda:>0,550), Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) (baixo: ≤0,550, médio:0,551-0,699, alto:0,700-0,799;muito alto:≥0,800) e prescrições de biológicos. As análises foram controladas para covariáveis como proporção de idosos, pessoas extremamente pobres, pessoas pobres e pessoas vulneráveis à pobreza. Resultados:As prescrições de medicamentos biológicos para DII aumentaram, de 3,03% para 16,69%.Entretanto, foram observadas menos prescrições biológicas em municípios do terceiro(RR 0,75;IC95%0,67-0,85),quarto (RR 0,69;IC95%0,62-0,78) e quinto(RR 0,65;IC95%0,58-0,73) quintis do IBP, ajustado para a proporção de idosos, pessoas extremamente pobres, pessoas pobres e pessoas vulneráveis à pobreza, do que aqueles no primeiro quintil. Quanto ao índice de Gini, observou-se taxa de prescrição de biológicos 14%menor entre os municípios com menor igualdade de renda em comparação com aqueles com maior igualdade de renda após ajuste. Após ajuste pelas covariáveis, observou-se que a prescrição destes medicamentos foi 30%menor entre os municípios com IDHM médio e 37%maior entre os municípios com IDHM muito alto. Conclusões:Os efeitos da privação material, da desigualdade de renda do desenvolvimento humano nas prescrições de biológicos para a DII são substanciais.
EFEITO DA PANDEMIA DE COVID-19 NAS INTOXICAÇÕES POR MEDICAMENTOS DE SAÚDE MENTAL NO BRASIL
Comunicação coordenada (apresentação oral)
LEAL, J. V. C.1, SILVA, M. L. B.1, PARREIRA, F. G.1, SILVA, A. C. C. A. C.2, MOSEGUI, G. B. G.1, MORAES, J. R.1, MOREIRA, J. P. L.1
1 UFF
2 UFRJ
Objetivo: Analisar as variações e o impacto da pandemia de COVID-19 nas taxas de hospitalização e letalidade resultantes de intoxicações por medicamentos de saúde mental, segundo as características demográficas e classes medicamentosas (benzodiazepínicos, antidepressivos e outros), entre 2008 a 2023. Métodos: Foram utilizados dados do Sistema de Informações Hospitalares, disponíveis no DATASUS. Os casos foram identificados pelos CID’s para intoxicações por medicamentos de saúde mental, considerando sexo, classe medicamentosa e faixa etária (0 a 19 anos, 20 a 49 anos, 50 a 69 anos e 70 anos ou mais). As taxas de hospitalização por 100 mil habitantes foram obtidas utilizando projeções populacionais do IBGE, com correções para estimar os leitos privados. A letalidade foi calculada pelo número de óbitos em relação ao total de internações. Resultados: Foram incluídos 49.428 participantes hospitalizados, com 1.397 óbitos. As taxas de hospitalização por 100 mil habitantes aumentaram 40% entre o período de 2008 a 2023, e foram superiores nas mulheres, assim como na faixa etária de 20 a 49 anos, com aumento expressivo no período pandêmico. Durante a pandemia, as hospitalizações por antidepressivos e benzodiazepínicos cresceram consideravelmente. A letalidade variou de 2% a 5%, intensificando durante a pandemia, sendo maior entre os homens. Conclusões: Os resultados apresentam discrepâncias nas hospitalizações e letalidades por intoxicações medicamentosas entre os grupos estudados, agravadas durante a pandemia, o que revela a necessidade de políticas de saúde pública versáteis, visando a vigilância das práticas de prescrição e dispensação de medicamentos para saúde mental, principalmente em situações de crise sanitária.
INTERNAÇÕES RELACIONADAS AO USO DE MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO NO BRASIL.
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Oliveira, T. H. N.1, Giordani, F.1
1 UFF
Objetivos. Caracterizar as internações relacionada a eventos adversos e a intoxicações pelo uso de medicamentos isentos de prescrição (MIP) no Brasil, entre 2015 a 2021. Métodos. Trata-se de um estudo ecológico, com dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares-SUS (SIH-SUS) para analisar às internações relacionada ao uso de medicamentos isentos de prescrição. Foram selecionados 61 códigos da CID-10, sendo 9 deles relacionados a eventos adversos e 52 a intoxicações. Todos os registros do SIH-SUS com algum desses códigos presentes na causa principal das internações, ou em uma das nove causas secundárias, foram incluídos na análise. Os casos forma descritos segundo as variáveis do estudo, e apresentados pelas frequências absoluta e relativa. Resultados. Foram identificadas 8671 internações com códigos da CID-10 relacionados aos MIPs. A maior frequência ocorreu entre as mulheres (57,2%), e na faixa etária entre 20 e 59 anos (51,3%). As intoxicações foram 96,8% dos casos e os eventos adversos 3,2%. Entretando, nos idosos a proporção de eventos adversos foi maior do que intoxicações. Entre os eventos adversos por MIP, o código mais frequente foi Efeitos adversos de substâncias analgésicas e antipiréticas não especificadas, 1,15% dos casos. Já considerando as intoxicações, Autointoxicação por e exposição, intencional, a analgésicos, antipiréticos e antirreumáticos, não-opiáceos com seus respectivos códigos que identificam local de ocorrência, correspondeu a 19,3% dos casos. Conclusões. Os MIP estiveram relacionados a internações identificadas pela CID-10. Assim, apesar de ser considerados medicamentos com baixo potencial para causarem dados, seu uso precisa ser melhor orientado.
PERFIL DOS ESAVI POR VACINAS COVID-19 NOTIFICADOS EM CRIANÇAS NO ESTADO DA BAHIA
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Almeida, L.M.B.1, Albuquerque, Mª.L. de S.1
1 SESAB
PERFIL DOS ESAVI RELACIONADOS AS VACINAS COVID-19 NOTIFICADOS EM CRIANÇAS NO ESTADO DA BAHIA.
RESUMO
Objetivo:
Analisar a ocorrência de Eventos Supostamente Atribuíveis a Vacinação e Imunização (ESAVI) decorrente da vacina covid-19, no Bahia, de Janeiro 2021 até maio de 2024 em menores de 12 anos.
Método:
Estudo descritivo, retrospectivo, quantitativa, utilizando dados secundários do Sistema de Informação E-SUS Notifica. Foram analisados os casos confirmados e/ou associados a vacina COVID-19 em crianças menores de 12 anos, registrados e encerrados. As variáveis analisadas para os casos de ESAVI incluíram os imunobiológicos administrados, o tipo de evento (não grave, grave, erro de imunização ou erro de imunização com evento adverso) e as reações apresentadas classificadas em reações muito comuns, reações comuns, reações incomuns e reações raras). A Taxa de Incidência (TI) por 100.000 doses administradas também foi calculada
Resultados:
Foram analisados 777 casos. Os Erros de Imunização correspondem a 59,5% dos registros e são decorrentes principalmente da administração de vacina inadequada para a idade. A TI foi de 67,02 para cada 100.000 doses aplicadas. As reações muito comuns foram a febre em 26,3 % e os distúrbios gastrointestinais como a diarréia, náuseas e vômitos em 23,2%.
Conclusão:
O cenário atual é preocupante, pois são ESAVI evitáveis - que causam danos, ligados a prática da enfermagem, decorrentes de desvios da qualidade em vacinação - que podem interferir na confiança da população (reduzindo coberturas vacinais) e no controle de doenças imunopreveníveis.