Programa - Comunicação Coordenada - CC3.2 - Violência no Trânsito: Morbidade, Mortalidade e Distribuição Espaço-Temporal
27 DE NOVEMBRO | QUARTA-FEIRA
09:40 - 11:00
CARGA DAS LESÕES POR ACIDENTES DE TRÂNSITO EM MOTOCICLISTAS NO BRASIL, 1990-2021
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Sena, K.G. de1, Guimarães, R.A.2
1 Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública/UFG, Goiânia, GO, Brasil.
2 Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública e Faculdade de Enfermagem/UFG, Goiânia, GO, Brasil.
Objetivo: descrever a carga das Lesões por Acidentes de Trânsito (LAT) em motociclistas com 20 anos ou mais no Brasil, de 1990 a 2021. Métodos: estudo descritivo utilizando dados do Global Burden of Disease (GBD) de 2021. O GBD utiliza como principais fones de dados o Sistema de Informação sobre Mortalidade e os estudos de base populacional. Foram avaliados três indicadores: taxa de incidência de DM por 100 mil habitantes, taxa de Disability-adjusted life years (DALYs) por 100 mil habitantes e taxa de mortalidade por 100 mil habitantes. Resultados: In 2021, a taxa incidência de LAT em motociclistas no Brasil foi de 326,58 (Intervalo de Incerteza de 95% [IE95%]: 270,80-395,95) casos por 100 mil habitantes, um aumento de 0,79% quando comparado ao ano de 1990. A taxa de DALYs foi de 540,62 (IE95%: 508,92-574,48) DALYs por 100 mil habitantes em 2021, 0,58% maior do que comparado ao ano de 1990. Em 2021, a taxa de mortalidade foi de 8,88 (IE95%: 8,58-9,15) óbitos por 100 mil habitantes, 0,66% maior do que em 1990. Homens apresentaram as seguintes taxas de incidência, DALYs e mortalidade, por 100 mil habitantes, respectivamente: 572,41 (IE95%: 476,35-695,29), 986,91 (IE95%: 932,22-1.046,21) e 16,48 (IE95%: 15,88-17,05). Nas mulheres, as taxas foram, respectivamente de 100,47 (IE95%: 81,11-123,42), 130,12 (IE95%: 119,96-141,06) e 1,89 (IE95%: 1,80-1,96). As regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte apresentaram as maiores cargas das LAT. Conclusão: a carga das LAT permanece alta no Brasil, sobretudo em homens e em regiões menos desenvolvidas.
TENDÊNCIA DAS INTERNAÇÕES POR ACIDENTES DE TRÂNSITO - PIAUÍ, 2010-2023
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Bastos, F. G. T.1, Barros, I. C. A.1, Rego, P. V. L.1, Cunha, S. V.1, Rodrigues, M. T. P.1, Mascarenha, M. D. M.1
1 UFPI
Objetivo: Analisar características epidemiológicas e tendência temporal das internações por acidentes de trânsito (AT) no estado do Piauí, 2010-2023. Métodos: Estudo ecológico de séries temporais com dados do Sistema de Informações Hospitalares, referentes à internações cujo diagnóstico secundário foi classificado com os códigos V01-V89 (acidentes de transporte terrestre), da 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Os dados da população residente foram extraídos das projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Empregou-se regressão linear de Prais-Winsten. Resultados: Registraram-se 79.890 internações por AT, com maior proporção na população masculina (80,7%), faixa etária de 20 a 39 anos (52%), cor da pele negra (33,4%), residentes da região de saúde Entre Rios (49,4%), da macrorregião Meio Norte (57,1%) e motociclistas (85,9%). O coeficiente de internação médio do período foi de 175,5 internações/100 mil habitantes, destaque para o ano de 2019 (227,9 internações/100 mil habitantes). O coeficiente de internação teve tendência crescente, [variação percentual anual (VPA)=5,03; IC95%: 0,16; 10,14], maior aumento entre ciclistas (VPA=11,63; IC95%: 1,10; 23,25) e motociclistas (VPA=5,17; IC95%: 0,64; 9,91). Entre ocupantes de veículos, a tendência foi estacionária (VPA=10,07; IC95%: -2,04; 23,68). Conclusões: O aumento no número de internações por AT no Piauí ratifica a permanência deste grave problema de saúde no estado, afetando principalmente os mais vulneráveis, como os motociclistas.
THE RELATIVE RISK OF DEATH FOR ROAD TRAFFIC INJURIES: A NATIONAL COHORT, BRAZIL, 2000-2015
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Cherchiglia ML1, Mougin V.2, Wool E.2, Gray A.2, Naghavi M.2
1 Faculdade de Medicina - Universidade Federal de Minas Gerais
2 IHME - University of Washington, USA
Objective: Estimate the all-cause and cause-specific relative risk (RR), in a nationwide cohort of inpatients in Brazil, for road traffic injuries (RTI) compared to those with other diagnoses. Methods: A cohort study using a national historical cohort based on a deterministic-probabilistic linkage of the records from the SUS hospital and the mortality system, from 2000-2015. All hospital patients identified by the ICD-10 codes V01-Y98 were included. Corrections were made for underreporting deaths and redistribution of ill-undefined and inaccurate causes. All-cause and cause-specific relative mortality risks were calculated at least 3 months after a patient’s road traffic injury admission up to 10 years later. Results: The cohort of 74,382,100 inpatients, 1,408,941 were admitted for RTI, and 6,774,033 died, including 165,327 with RTI as the underlying cause. The RR of death for individuals, who had been previously hospitalized for RTI was 3.23 (3.08-3.39) compared to individuals without an RTI. The highest cause-specific relative risk of death for these individuals, was for motorcycle accidents at 4.51 (4.17-4.89), followed by motor vehicle accidents at 3.12 (2.85-3.41) and by pedestrian road injury at 32.52 (2.31-2.74). Individuals who had previously been hospitalized for RTI were at a higher risk of death from other causes including suicide 1.71 (1.55-1.89), substance use 1.42 (1.28-1.58), alcohol use disorders 1.38 (1.24-1.54) and homicide 3.36 (3.23-3.50). Conclusions: The study found that patients hospitalized for traffic injuries in Brazil from 2000-2015 faced not only higher RR due to traffic-related causes but also a greater RR from mental disorders and other causes.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE SINISTROS E LETALIDADE NO TRÂNSITO NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Vommaro, F. C. M.1, Ferreira, C. D.1, Aguilar, G. M. O.1, Faria, E. O.2, Pfitscher, F. C.2, CRUZ, O. G.1, Saraceni, V.1, Irineu, N. M.1, Araújo, E. L. J.1, Alves, J. M. S.1, Santa Anna, M. F.1
1 SMS-RJ
2 CET-RIO
Objetivos: Analisar o comportamento espacial dos sinistros de trânsito ocorridos em 2023 na cidade do Rio de Janeiro, identificar áreas da cidade de maior risco para ocorrência desses eventos e conhecer o perfil sociodemográfico das vítimas com a finalidade de direcionar ações para redução morbimortalidade em decorrência de sinistros de trânsito. Métodos: A partir dos dados de sinistros de trânsito do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP-RJ) produziram-se mapas de calor utilizando a estimativa Kernel dos dados geolocalizados destes eventos para a identificação das vias de maior risco de ocorrência de sinistros fatais e não fatais, por meio da intensidade das manchas e realizada análise descritiva do perfil das vítimas. Resultados: Foi possível verificar que os sinistros gerais ocupam quase que totalmente as principais vias em volume de tráfego no município, contudo analisando-se os sinistros fatais por categoria, como atropelamentos, colisões e capotagem, identificou-se diferentes concentrações espaciais em pontos da cidade. O perfil das vítimas é predominantemente do sexo masculino com variações para as faixas etárias de acordo com a categoria do sinistro. Conclusões: Lesões e mortes no trânsito representam um desafio à saúde pública em todo o mundo. A cidade do Rio de Janeiro, no âmbito do Plano de Segurança Viária, a partir da análise do perfil das vítimas e da espacialização dos eventos identificou as áreas prioritárias para ações da gestão pública e conheceu os fatores que contribuíram para sua ocorrência.
PERFIL DE MORBIDADE DAS VÍTIMAS DE ACIDENTES COM MOTOCICLETA EM PERNAMBUCO
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Araújo, M.B.1, Silva, E.M.1, Souza, S.L.B.1, Ishigami, B.I.M.1, Lima, J.L.1, Silva, B.M.1
1 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
OBJETIVO: CARACTERIZAR O PERFIL DE MORBIDADE DAS VÍTIMAS DE MOTOCICLETA NOTIFICADAS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE ACIDENTES DE TRANSPORTE TERRESTRE EM PERNAMBUCO NO ANO 2023. MÉTODO: ESTUDO TRANSVERSAL DESCRITIVO A PARTIR DA BASE DE DADOS DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE ACIDENTES DE TRANSPORTE TERRESTRE OCORRIDOS EM PERNAMBUCO NO ANO DE 2023. EM PERNAMBUCO HÁ 17 UNIDADES HOSPITALARES COM PERFIL DE TRAUMATO-ORTOPEDIA QUE ATUAM COMO SENTINELAS PARA A VIGILÂNCIA DE ACIDENTES DE TRANSPORTE TERRESTRE. FORAM UTILIZADOS DADOS SECUNDÁRIOS E AGREGADOS, SEM IDENTIFICAÇÃO PESSOAL COM DISPENSA DE SUBMISSÃO AO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA. RESULTADOS: EM 2023 FORAM NOTIFICADAS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE ACIDENTES DE TRANSPORTE TERRESTRE 31.272 VÍTIMAS DE ACIDENTES ENVOLVENDO MOTOCICLETA. O SEXO MASCULINO SE DESTACA COM 78% DO TOTAL DE VÍTIMAS, NO RECORTE DE FAIXA ETÁRIA, PREDOMINAM OS HOMENS DE 20-39 ANOS REPRESENTANDO 45,2% DAS VÍTIMAS. COM RELAÇÃO AO DIA DA SEMANA, O DOMINGO APRESENTA-SE COM MAIOR ÍNDICE DE ACIDENTES (22,0%), SEGUIDO DO SÁBADO (17,6%). QUANDO ANALISADO O TURNO, O MAIS PROPÍCIO PARA OCORRÊNCIA DOS ACIDENTES É O TURNO TARDE (28,0%), SEGUIDO DA NOITE (27,4%) E COM RELAÇÃO A EVOLUÇÃO 55,7% TEM ALTA HOSPITALAR. EM RELAÇÃO AO TIPO DE VÍTIMA, DESTACARAM-SE OS CONDUTORES COM 84,6% DAS VÍTIMAS NOTIFICADAS. CONCLUSÃO: MOTOCICLISTAS SÃO UM DOS USUÁRIOS MAIS VULNERÁVEIS DAS VIAS. COM ISSO, VALE DESTACAR A IMPORTÂNCIA DO FORTALECIMENTO DAS AÇÕES DE PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE COM FOCO PRINCIPAL NESTE GRUPO, COMO FORMA DE TORNAR O TRÂNSITO UM ESPAÇO MAIS SEGURO E ACESSÍVEL PARA TODOS.