Programa - Comunicação Coordenada - CC3.3 - Saúde Única e Vigilância: Manejo Populacional e Controle de Doenças em Animais
27 DE NOVEMBRO | QUARTA-FEIRA
09:40 - 11:00
POSITIVIDADE DE ARBOVÍRUS EM AMOSTRAS DE AE. AEGYPTI COLETADOS NO BRASIL ENTRE 2017 A 2024
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Freitas, A.C1, Matos, A. P. M. V2, Maia, V. I.2, Souza, D. L.2, Souza, B. R. D.2, Mazzilli, D. B.2, Peçanha, C. V.3
1 Fiocruz Minas
2 Ecovec
3 Rentokil
No Brasil, a dengue é endêmica e ocorre em epidemias contínuas. Recentemente, chikungunya e zika têm se disseminado rapidamente desde 2014. Transmitidos por Aedes aegypti, esses vírus são monitorados pela tecnologia MIAedes, que utiliza armadilhas adesivas para capturar fêmeas de Ae. aegypti, gerando índices entomológicos e direcionando o controle vetorial. Este estudo apresenta as taxas de infecção de mosquitos coletados no Sul e Sudeste do Brasil. Foram analisados dados de armadilhas MosquiTRAP implantadas em áreas urbanas de 2017 a 2023. As armadilhas foram vistoriadas semanalmente, e os mosquitos coletados foram analisados por RT-qPCR para identificar dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Os resultados foram disponibilizados na plataforma MIAedes para ações de controle. Entre 2017 e a semana 14 de 2023, foram analisadas 172.452 amostras de Ae. aegypti, com 708 positivas para arboviroses (taxa de positividade de 0,41%). A maior taxa de contaminação foi em 2022, com 1,16% de positividade. DENV-1 foi o arbovírus mais identificado, seguido por DENV-2, chikungunya e zika. Não foram encontradas amostras positivas para febre amarela, DENV-3 e DENV-4. As taxas de infecção variaram conforme surtos epidêmicos, mostrando que a infestação de mosquitos e o número de casos aumentaram as taxas de contaminação. A predominância dos vírus DENV-1 e 2 reflete a continuidade desses sorotipos, enquanto CHIKV e ZIKV mostraram taxas menores devido à introdução recente. A ausência de febre amarela urbana foi demonstrada pela ausência de casos positivos. Tecnologias de vigilância são essenciais para ações de controle eficientes e prevenção da disseminação de vírus.
DISTRIBUIÇÃO DE TRIATOMÍNEOS COLETADOS SOB VIGILÂNCIA PASSIVA NO DISTRITO FEDERAL
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Oliveira, K. M. M.1, Feitosa, V. R.2, Santana, J. P. S.3
1 Escola de Governo Fiocruz Brasília
2 Ministério da Saúde
3 Faculdade de Excelência de Itabuna
Descrever a distribuição dos triatomíneos nas Regiões Administrativas (RAs) do Distrito Federal (DF), nos anos de 2013 a 2023. Estudo observacional descritivo, utilizando banco de dados do Programa de Vigilância Entomológica dos Triatomíneos, da Diretoria de Vigilância Ambiental do DF, que contém informações provenientes de demanda espontânea, coletadas ao longo de 11 anos no DF. Análises estatísticas feitas através do software Excel. Foram examinados 3.256 barbeiros em 342 domicílios. Identificadas sete espécies, predominando Panstrongylus megistus (92,7%), seguido por Rhodnius neglectus (3,3%), P. geniculatus (1,3%), Triatoma pseudomaculata (1,1%), T. sordida (1%), P. diasi (0,3%) e um exemplar do Psammolestes tertius. Não informado gênero em oito indivíduos. 3,5% dos barbeiros apresentaram protozoário nas fezes. 69,7% dos espécimes foram capturados no peridomicílio, com predominância em galinheiro (90,4%) e das espécies P. megistrus (72,4%) e R. neglectus (66,7%). Já as espécies T. sordida (78,1%) e T. pseudomacuata (64,9%) foram mais encontrados no intradomicílio. Embora a maioria dos insetos tenha sido encontrados no peridiomicílio, o número de triatomíneos infectados é maior nos coletados intradomicílio (43,4%). Todas as 27 RAs possuem triatomíneos do gênero Panstrongylus, 12 com Rodnius e oito com Triatoma. Em seis RAs foram encontrados os três gêneros do vetor, e outras oito ao menos dois gêneros. Embora no DF não possua registro de casos autóctones da doença de Chagas aguda, a vigilância ambiental deve permanecer atenta à presença de triatomíneos, principalmente no intradomicílio, onde há a maior proporção de insetos infectados.
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA DE SÍNDROMES VESICULARES EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO NO BR
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Ramos, B. O. L.1, Araújo, E. L. M.1, Coelho, I. M. P.1, Maia, L. D. M. S.1, Nicolino, R. R.1
1 UFMG
Este estudo objetivou descrever o perfil das notificações de suspeitas de surtos de síndrome vesicular no Brasil e o desempenho do sistema de vigilância. As análises utilizaram dados das notificações realizadas pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) do Brasil entre 2018 e 2022. Análises descritivas e modelos matemáticos, com regressão logística e binomial negativa, buscaram prever o total de dias para atender a notificação e da probabilidade de não atendimento à legislação brasileira. Foram 7.134 notificações, sendo 90,99% na espécie suína e 7,54% em bovinos e bubalinos. Um total de 58,32% ocorrem em áreas de fronteira internacional. O estado do Paraná possui 51,73% do total geral no Brasil, e 66,70% do total das notificações com diagnóstico final de “ausência de sinais clinicamente compatíveis”, indicando desconhecimento dos sinais clínicos, impactando a execução da vigilância. O desempenho do SVO foi avaliado pelo tempo de ação a partir do registro, definido como até 24 horas; 27,83% das notificações não cumpriram o prazo legal, em especial no Paraná, chegando a 50,47%, e uma predição de 3,41 dias para atender a notificação. No geral, os demais estados brasileiros atenderam de forma satisfatória a legislação. Não se espera que 100% dos atendimentos ocorram no prazo legal. Contudo, a criação de indicadores de desempenho é uma ferramenta essencial para demonstrar a sobrecarga do sistema. As ações de educação continuada são cruciais para o fortalecimento do programa de vigilância e as análises estatísticas são relevantes para identificar os principais pontos de melhoria e redirecionar recursos de forma eficiente.
PROTAGONISMO DA EQUIPE "SAÚDE ÚNICA" NO PROGRAMA DE MANEJO POPULACIONAL DE CÃES E GATOS
Comunicação coordenada (apresentação oral)
D‘Aquino, H. M. C.1, Rodrigues, A. do C.1, Souza, A. N. da S. S.2, Liberato, M. A. N.2, Oliveira, M. M. M.2, Moutinho, T. C.2, Ramlow, V. A. N.2, Castro, J. M.2, Santana, E. A.2, Medeiros, W. S.2, Regina-Silva, S.2
1 Faculdade Anhanguera e Prefeitura Municipal de Ipatinga
2 Prefeitura Municipal de Ipatinga
O programa de manejo populacional de cães e gatos de Ipatinga iniciou suas atividades em abril de 2023. Objetivo: criar uma equipe denominada “Saúde Única”, composta por 4 médicos veterinários e 11 agentes de combate a endemias, para planejamento e execução das principais ações do programa. Resultados: em 12 meses de execução foram realizadas 3.022 castrações. Cerca de 35% dos felinos castrados são classificados como comunitários, ferais ou de vida livre. Foram realizados 26 eventos de educação em saúde na comunidade, que incluem animais para adoção, teste de leishmaniose e vacina anti-rábica), 169 atendimentos de triagem de felinos suspeitos de esporotricose e 4.552 testes de Leishmaniose Visceral (LV) em cães. Foram vacinados 14.912 animais na campanha anti-rábica e 2.518 animais na rotina (demanda espontânea), incluindo todos os animais de CED/RED. Todos os cães castrados são microchipados e cadastrados no banco de dados da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento de MG (SEMAD). Foram doados 199 animais advindos de recolhimento seletivo. Uma área classificada como de alto risco para LV foi selecionada para o Projeto de Encoleiramento do Ministério da Saúde, no qual 1.072 cães receberam coleira de prevenção da doença. O CATA (Centro de Acolhimento Transitório e Adoção) do município iniciou suas atividades em maio de 2024, e tem capacidade para o abrigamento temporário de até 25 gatos e 15 cães. Conclusão: com apenas 1 ano de execução, o programa coordenado pela equipe de Saúde Única mostrou resultados relevantes para a saúde pública do município.
INSECTICIDE IMPREGNATED COLLAR FOR VISCERAL LEISHMANIASIS CONTROL: AN IMPLEMENTATION STUDY
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Werneck, G. L.1, Oliveira, A. G.2, Cruz, M. S. P.3, Figueiredo, F. B.4, Galvis-Ovallos, F.5
1 UERJ
2 UFMS
3 UFPI
4 Fiocruz/PR
5 USP
OBJECTIVE: The aim of this study is to describe the protocol used to evaluate different outcomes related to the implementation of collars impregnated with DM4% for VL prevention and control measure in Brazil.
METHODS: An observational, implementation-focused, multicenter study was designed in accordance with the strategies of the national program for the prevention and control of VL. The study followed the implementation research approach, which is conducted in real-world conditions, working directly with populations that will be affected by an intervention, rather than selected groups as is common in randomized trials.
RESULTS: Seven municipalities were included in the study, located in Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul and Minas Gerais states. To date, 106,375 specimens of Lu longipalpis have been identified in the municipalities under monitoring (17.6% females). Of the females analyzed, around 18% were engorged. In the analysis of natural infection, 56 out of 1,699 (3.3%) pools of females analyzed were positive for Leishmania. To evaluate the dispersal of sandflies, 247 specimens were captured and marked. 25 marked specimens were recaptured (10% recapture rate). The greatest recapture distance was 300 meters. In the city of Timon observed a drop in canine seropositivity in the test rapid in the collaring area from 26% to 14% between the 1st and 3rd collaring cycles.
CONCLUSION: This Implementation research study will provide evidences about the adoption of DM4% impregnated collars in the VL prevention and control program in Brazil, contributing for the improvement and the making decision by local and regional health managers.