Programa - Comunicação Coordenada - CC3.5 - Dengue, Zika, Chikungunya e outras
27 DE NOVEMBRO | QUARTA-FEIRA
09:40 - 11:00
PERFIL DOS CASOS CONFIRMADOS DA FEBRE OROPOUCHE, AMAZONAS, 2023 A 2024
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Camelo, F. S.1, Fernandes, L. G.1, Santos, E. A.1, Nascimento, P. C. M.1, Ramos, T. C. A.1
1 Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas - Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP)
Objetivo: Caracterizar o perfil dos casos confirmados da Febre Oropouche em residentes do Amazonas.
Métodos: Estudo observacional do tipo ecológico de residentes do Amazonas. Foram considerados casos os indivíduos com resultado detectável para Oropouche via RT-PCR e notificados na Ficha de Investigação - Febre Mayaro e Oropouche, da Vigilância em Saúde estadual, e com início de sintomas entre 01/11/2023 e 22/05/2024. Utilizaram-se dados anonimizados, conforme a Lei n°13.709/2018. Tal atividade está prevista pela Lei 8.080/1990, como ação de vigilância em saúde.
Resultados: Foram registrados 2.629 casos durante o período, a maioria (76,6%) entre as semanas epidemiológicas 01 e 09/2024. Residentes de Manaus representaram 33,5%, sendo 53,1% do sexo masculino, 89,7% autodeclarados pardos, 42,8% com idade de 20 a 39 anos, 25,6% com ensino médio completo, 81,7% com residência em zona urbana e 10,0% informaram terem adentrado local de mata. Ainda, 98,9% apresentaram sinal/sintoma, sendo os mais relatados a febre (96,7%), cefaleia (92,0%) e mialgia (79,1%). Comorbidades foram relatadas por 11,7%, destacando-se hipertensão arterial (58,3%) e diabetes (27,7%). A hospitalização ocorreu em 2,2% dos casos.
Conclusão:A transmissão do vírus ocorreu principalmente em ciclo urbano e os sinais/sintomas se assemelham a outras arboviroses, revelando a importância da realização do diagnóstico laboratorial. Por fim, observou-se uma baixa ocorrência de internações, o que pode estar relacionado à uma menor gravidade no quadro clínico apresentado.
IMPLEMENTAÇÃO DO OBSERVATÓRIO DA DENGUE PARA A ANÁLISE DOS RECURSOS ASSISTENCIAIS DO ERJ
Comunicação coordenada (apresentação oral)
COSTA, L.G.1, RODRIGUES, D.O.1, LUIZ-SILVA, M.I.1, ALMEIDA, P.M.P.1, PEIXOTO, E. M.1, ALMEIDA, A.M.P.1, RESENDES, A.P.C.1, NASCIMENTO, H. S.1, BEDIN, S. B.1, SILVA, C. F.1, SANTOS, M. O. A.1, NAZARIO, G. C1, SILVA, M. M.1, BRITO, P. R. D.1, COSTA, V.S.M.2, NASCIMENTO, R.S.1, HENRIQUES, J. S. S. S.1, SILVA, A.B.1, ABRANTES JUNIOR, E. R.1, CARVALHO, S. C.1, VELASQUE, L. S.1
1 Secretaria Estadual de Saúde/SES-RJ
2 PRESC/UFF
Objetivos: Apresentar o observatório da dengue, como um instrumento da gestão dos recursos assistenciais na epidemia da dengue, no Estado do Rio de Janeiro. Métodos: Utilizamos o framework shiny para a elaboração de uma plataforma interativa que compila e cruza os dados da gestão de recursos da rede pública de saúde, incluindo o apoio para os centros de hidratação, controle vetorial, apoio técnico, durante a epidemia da dengue, provenientes da coleta diária dos dados dos municípios do Estado do Rio de Janeiro. Resultados: O uso do painel interativo do Observatório da Dengue, possibilitou o melhor gerenciamento das informações dos recursos assistenciais durante a epidemia da dengue. Foi identificado que 15 municípios decretaram emergência devido à dengue, 48 solicitaram assistência e receberam o auxílio do Estado. Observamos também que 31 unidades de saúde municipais expandiram seu atendimento, 11 UPAs estaduais foram ampliadas para lidar com o aumento dos casos e o apoio técnico aos municípios com o controle vetorial e os centros de hidratação; o painel permite uma visualização detalhada do mapa do estado. Conclusão: O observatório da dengue proporciona efetividade no monitoramento dos recursos assistenciais durante a epidemia da dengue, a interlocução entre os gestores de saúde, através do acompanhamento diário das informações da rede pública de saúde do Estado do Rio de Janeiro. Isso possibilita um manejo mais eficiente dos recursos, contribuindo para uma resposta mais eficaz e a redução dos impactos à saúde pública.
INQUÉRITO SOROLÓGICO PÓS-EPIDEMIA DE CHIKUNGUNYA EM UMA COMUNIDADE INSULAR NA BAHIA
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Santos, S.N.1, Anjos, R.O.2, Anunciação, R.R.2, Oliveira, C.V. de2, Portilho, M.M.3, Santos, L.G.4, Reis, M.G.5, Cardoso, C.W.6, Gibson, G.7, Ribeiro, G.S.8
1 UFRJ/UFBA
2 Fiocruz - Bahia
3 Instituto Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz - Bahia)
4 Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, Bahia.
5 UFBA/Fiocruz - Bahia/Yale University School of Medicine
6 Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, Bahia/ Fiocruz - Bahia
7 UFRJ
8 UFBA/Fiocruz - Bahia
Objetivo: Estimar a soroprevalência e analisar fatores associados à infecção pelo vírus chikungunya (CHIKV) em residentes da Ilha de Bom Jesus dos Passos (IBJP), Bahia. Método: Um estudo de corte transversal de base censitária foi conduzido na IBJP entre janeiro e setembro de 2021. Foram realizadas entrevistas para coleta de dados sociodemográficos, autorrelato de sintomas clínicos e de infecção prévia por CHIKV. Amostras de sangue foram coletadas por punção digital para detecção de anticorpos IgG e IgM contra o CHIKV por um teste rápido (TR DPP ZDC IgM/IgG; Biomanguinhos, Fiocruz). Foram realizadas análises bivariadas com estimativa das razões de prevalência e respectivos intervalos de confiança de 95%. Resultados: Foram incluídos no estudo 930 participantes, dos quais 386 (41,5%) tiveram teste sorológico positivo para CHIKV. A soroprevalência foi similar entre mulheres (43%) e homens (40%) e aumentou com a faixa etária (20% nos <15 anos, 39% entre 15-39 anos e 48% nos ≥40 anos). Adicionalmente, a positividade sorológica foi associada a relato de diagnóstico médico anterior de CHIKV (RP = 2,37; IC95% = 2,10-2,67), autopercepção de ter tido a doença (RP = 2,47; IC95% = 2,17-2,81) e relato de sintomas de artralgia (RP = 2,02; IC95% = 1,74-2,34). Não foram observadas associações estatisticamente significantes com variáveis socioeconômicas. Conclusão: Os achados revelaram intensa circulação prévia do CHIKV na IBJP, com maior acometimento da população adulta. Relato da doença e de artralgia foram preditores de infecção.
VIGILÂNCIA GENÔMICA DO VÍRUS DENGUE NO ESTADO DO CEARÁ
Comunicação coordenada (apresentação oral)
De Lima, S. T. S.1, Mello, L. M. S.2, Vianna, M. P. N.3, Duarte, L. M. F.2, Santiago, R. M.3, Sena, L. O. C.4, Abrantes, J. J. P. A.5, Costa, M. A.6, Máximo, A. C. B. M.2, Jesus, R.7, Cavalcante, I. J. M.2
1 Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará - LACEN/CE . Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP/SP
2 Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará - LACEN/CE
3 Programa de Pós Graduação em Farmacologia
4 Fundação de Saúde Parreiras Horta LACEN SERGIPE
5 FIOCRUZ
6 Laboratório Central de Saúde Publica do Acre - Laboratório de Biologia Molecular e Celular aplicada, UFAC
7 Coordenação Geral dos Laboratórios de Saúde Pública, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, Brasília, Brasil. Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
Objetivos: Investigar os genótipos dos sorotipos DENV1 e DENV2 circulantes no estado do Ceará em 2024. Metodologia: Realizamos RT-qPCR para o diagnóstico molecular de DENV, chikungunya (CHIKV) e Zika (ZIKV) utilizando o kit IBMP Biomol ZDC – Zika, Dengue e Chikungunya. Para o sequenciamento utilizamos tecnologia Illumina, kit Illumina CovidSeq. Resultados: De 01 janeiro a 23 de abril de 2024, realizamos testes de RT-qPCR para arbovírus DENV, CHIKV e ZIKV em 2.543 amostras oriundas dos municípios cearenses de Barroquinha, Cruz, Fortaleza, Fortim, Jaguaribe, Limoeiro do Norte, Pedra Branca, Russas, São Benedito e Tauá. Deste total, não detectamos RNA de CHIKV e ZIKV e obtivemos 18 casos confirmados para o sorotipo DENV1 e 16 casos para o sorotipo DENV2. Dessas amostras, aquelas com Ct<30 foram elegíveis para sequenciamento, totalizando 18 amostras. Ao final do sequenciamento, obtivemos 9 genótipo V do sorotipo DENV1 e 9 genótipo II, denominado de Cosmopolitan, do sorotipo DENV2, que ainda não havia circulação confirmada no estado. A maioria das amostras sequenciadas era de pacientes do sexo feminino (13/18) e a idade estava na faixa de 11 a 40 anos em ambos os sexos. Conclusão: Foi identificado o genótipo V do DENV1, com circulação já conhecida no estado, e o genótipo II (Cosmopolitan) do DENV2, primeira vez identificado no Ceará.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE FEBRE MAYARO EM RESIDENTES DO AMAZONAS EM 2024
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Fernandes, L. G.1, Camelo, F. S.1, Santos, E. A.1, Nascimento, P. C. M.1, Ramos, T. C. A.1
1 FVS-RCP
Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos casos confirmados de Febre Mayaro em residentes do Amazonas. Métodos: Foi realizado um estudo descritivo de tipo ecológico em residentes do Amazonas. Foram incluídos indivíduos com resultado positivo para Febre Mayaro via RT-PCR, notificados na Ficha de Investigação - Febre Mayaro e Oropouche, e com início de sintomas entre 01/01/2024 e 22/05/2024. Utilizaram-se dados anonimizados, conforme a Lei n°13.709/2018, e seguindo a Lei 8.080/1990 como ação de vigilância em saúde. Resultados: Foram registrados 100 casos de Febre Mayaro. Abril teve a maior ocorrência, com 48%. A maioria (96%) foi registrada em residentes do interior do estado, principalmente na Regional Rio Negro e Solimões (55%), com Manacapuru concentrando 39% das notificações. Dos casos, 56% eram do sexo feminino, 93% autodeclarados pardos e 68% entre 20 e 49 anos. Além disso, 58% eram residentes em zonas urbanas, 36% relataram ter adentrado em áreas de mata e 21% eram trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca. Sinais e sintomas foram reportados por 98% dos pacientes, sendo os mais comuns febre (97%), cefaleia (90%) e mialgia (83%). Comorbidades foram relatadas por 12% dos casos, destacando-se hipertensão arterial (75%) e diabetes (33%). A hospitalização ocorreu em 5% dos casos. Conclusão: Há predominância de casos em áreas rurais, com maior incidência em adultos jovens e pardos. Febre, cefaleia e mialgia foram os sintomas mais frequentes, com baixa hospitalização. Esses dados são essenciais para estratégias de vigilância e controle da Febre Mayaro no Amazonas.